quarta-feira, 12 de outubro de 2011

ADRIAN COWELL, O CINEASTA DA FLORESTA

(11/10/2011 18:30)

Morre em Londres, aos 77 anos, o cineasta da floresta Adrian Cowell celebrizou-se pelos documentários que fez para a televisão britânica sobre a destruição da floresta amazônica e seus impactos nas populações indígenas e ribeirinhas. 


Escreveu livros também nos quais, tais como nos documentários, registrou a colonização da Amazônia e sua destruição nas décadas de 1980 e 1990. Seu livro A Década da Destruição, publicado em 1990, tornou-se leitura obrigatória em tempos pré-Rio-92, com capítulos específicos sobre o Parque Indígena do Xingu, Rondônia e o líder seringueiro Chico Mendes.
-->

Recentemente o crítico de cinema Carlos Alberto Mattos solicitou-me uma lista de cinco documentários de minha preferência, e não tive dúvida quando encabecei na lista dos "FARÓIS" o filme-documentário de Adrian Cowell "A TRIBO QUE SE ESCONDE DO HOMEM" (The Tribe that Hides from Man, 1973).  

Neste filme Cowell realiza um testemunho audio-visual quase metafísico, a obstinação de dois grandes heróis épicos do século XX (Claudio e Orlando Villas-Bôas) numa das mais espetaculares ações de "atração" na história do indigenismo brasileiro.



No final dos anos sessenta Adrian Cowell foi convidado pelos irmãos ViIlas Boas para fazer um filme sobre a atração dos “índios gigantes” (Krenakarore, hoje Panará); o resultado foi a realização deste documentário "A Tribo que se esconde do homem", mas pra mim este filme se revelou um documento necessário para refletir sobre a situação dos índios brasileiros e a consciência daqueles que pretendiam atraí-los para o “mundo civilizado”, neste caso os “sertanistas” ou “indigenistas”.

O tema Amazônia e os documentários de Adrian Cowell fazem parte da minha vida, desde que me imaginei fazendo cinema, foi nos filmes deste cineasta que me fiz descobrir.

Em 1994 quando realizei "O Brasil Grande e os Índios Gigantes", a utilização de trechos do filme "A Tribo que fugiu do homem" foi uma necessidade inerente ao fato, mas sobretudo um testemunho único sobre a obstinação dos irmãos Villas-Bôas em fazer contato com os "Índios Gigantes" (Panará) numa permanente referência e sobriedade épica com que o A. Cowell abordou o tema: sertanistas, solidão, persistência e a vida cotidiano dos índios na selva...e o depois...

Nenhum comentário:

"Livre-pensar é só pensar" Millor Fernandes

www.tudoporamoraocinema.com.br

Minha foto
Nasceu em Manaus-AM. Cursou o Instituto de Artes e Arquitetura-UnB(73). Artes Cênicas - Parque Lage,RJ(77/78). Trabalha há mais de vinte anos em projetos autorais,dirigindo filmes documentários:"SEGREDOS DO PUTUMAYO" 2020 (em processo); "Tudo Por Amor Ao Cinema" (2014),"O Cineasta da Selva"(97),"Via Látex, brasiliensis"(2013), "Encontro dos Sabores-no Rio Negro"(08),"Higienópolis"(06),"Que Viva Glauber!"(91),"Guaraná, Olho de Gente"(82),"A Arvore da Fortuna"(92),"A Agonia do Mogno" (92), "Lina Bo Bardi"(93),"Davi contra Golias"(94), "O Brasil Grande e os Índios Gigantes"(95),"O Sangue da Terra"(83),"Arquitetura do Lugar"(2000),"Teatro Amazonas"(02),"Gráfica Utópica"(03), "O Sangue da Terra" (1983/84), "Guaraná, Olho de Gente" (1981-1982), "Via Láctea, Dialética - do Terceiro Mundo Para o Terceiro Milênio" (1981) entre outros. Saiba mais: "O Cinema da Retomada", Lucia Nagib-Editora 34, 2002. "Memórias Inapagáveis - Um olhar histórico no Acervo Videobrasil/ Unerasable Memories - A historic Look at the Videobrasil Collection"- Org.: Agustín Pérez Rubío. Ed. Sesc São Paulo: Videobrasil, SP, 2014, pág.: 140-151 by Cristiana Tejo.