...Também tenho minha (s) história (s):
Vi meu pai com o ouvido grudado no rádio da sala.
No dia anterior durante o almoço minha mãe comentou que a "Tarcilinha" filha de uma amiga de Maués-AM, namorava um líder comunista e eles estavam metido na "bagunça política" daqueles dias.
O líder comunista é o hoje líder conservador Amazonino Mendes.
No dia seguinte, como fazia todos os dias, fiquei observando o vai-e-vêm da rua Saldanha Marinho e Rua Barroso, uns 200 metros da minha casa vi uma movimentação em frente a Biblioteca Pública. E fui naquela direção.
Vi uns policiais do exército trazendo livros e revistas de dentro da Biblioteca e jogando-os no meio da rua e tocando fogo. As pessoas observavam.
E, ali, estava um garoto, ainda ingênuo, observando o vento revirar as páginas duma revista, peguei e sair de mansinho, na capa estava escrito:
O meu pai, assim que cheguei em casa me deu um ralho daqueles:
"- Estás louco? Essa revista é comunista, é comunista, dá cadeia, entendes?"
E do alto da sua máxima autoridade paternal, rasgou-a em mil pedaços. Mas o nome ficou grudado na memória. E, um dia, depois de alguns anos descobri o que significava aquela frase.
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