Com certeza devemos respeitar uns aos outros, independentes das suas crenças.
Não existe "deus" ou "divindade" melhor e mais eficiente que a outra. Tudo depende do acreditar.
Cada povo venera aquilo que lhe dar significado: animistas, politeístas, monoteístas. Deuses masculinos e femininos, até mesmos deuses andróginos.
A nossa criatividade para temer (medo) como fronteira para as nossas voluntariedade são enormes. Mas, ao contrário do que se possa afirmar, mesmo as religiões provenientes do Oriente, influenciaram as divindades do Império Romano nas festividades carnavalescas: “pompas bacanais”, “saturnais” ou “lupercais”. As religiões são uma grande mistura antropofágica originária na audaciosa inventividade dos humanos, aí, nós deitamos e rolamos, somos castos, somos profanos, somos hereges, dançamos na corda bamba no princípio entre Eros e Thanatos.
O Ocidente quando sob hegemonia da Igreja Católica tinha o "riso" e o "humor" como tabus, quebra-lo poderia levar a pessoa morrer numa fogueira. Viver para morrer e ganhar o "reino do céu" ou Viver para morrer para usufruir um harém de mil virgens...Todos esses desejos tem uma única origem, assim como chicotear-se em público pode ser uma demonstração de fé ou os jovens índios Sateré-Mawé, deixarem-se ser picados por centenas de formigas venenosas, tudo isso para demostrar fé nos princípios morais que regem o seu povo.
Será preciso resuscitar Lévi-Strauss e a sua tese sobre a culturas paralelas? Aonde ele critica o evolucionismo e procura estabelecer analogias entre culturas arcaica e primitivas: "pois as tentativas de conhecer a riqueza e a originalidade das culturas humanas, e de reduzi-las ao estado de replicas desigualmente atrasadas da civilização ocidental, se chocam com outra dificuldade… todas as sociedades humanas têm atrás de si um passado que e aproximadamente da mesma ordem de grandeza. Não se pode admitir a ideia de etapas do desenvolvimento porque as culturas não são estáticas, não existe "povos sem história", existem povos do qual não conhecemos o passado."
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