Corram, antes que saia de cartaz...JÁ VISTO JAMAIS VISTO.
O mais recente filme de Andrea Tonacci (Serra da Desordem, Bang Bang, Bla Bla Bla entre outros) encontra-se em exibição no circuito do SPcine - Centro Cultural São Paulo e Cine Olido (setembro-outubro).
Assistir "Já Visto Jamais Visto" é uma experiência provocadora, sobretudo neste momento em que tudo parece ser um déjà vu (já visto), não no sentido do filme. Desde o início me senti conectado...os fragmentos de outros filmes neste filme aonde filme-outros, vira filme-agora, duplos sentidos em duplas imagens, a origem das imagens leva-nos ao labirinto dos acontecimentos, sejam cotidiano, familiar, político, universal...
Tonacci faz um Cinema da Imaginação, ele nos faz sentir maravilhados pelas formas, gestos e sons dando novos significados a antigas imagens, embora econômico nos diálogos, as palavras são magníficas expressões do silêncio e do afeto.
Em "Já Visto Jamais Visto" vi também aqueles dois adolescentes perambulando ("Documentário"- filme curta de Rogerio Sganzerla em parceria com Andrea Tonacci, realizado em 1966) pelas ruas de São Paulo, totalmente enfastiados com a "mesmice" dos filmes em cartaz, aquelas exigências insatisfatórias continuam com frescor neste filme "Já Visto Jamais Visto".
Ao término da sessão encontrava-me em plena "Tempestade" (Shakespeare) com o Próspero balbuciando... "nós somos feitos da mesma matéria que os sonhos"...no que acrescentaria, a matéria da memória também são fragmentos desta matéria de sonhos, misturados aos pesadelos.
Não poderia deixar de salientar a qualidade da base sonora, sobretudo da montagem da Cristina Amaral.
Ficha técnica
Já Visto Jamais Visto
Brasil, 2013, cor/p&b, 54’
Direção/Rot.: Andrea Tonacci
Fotografia: Mark Perlmann
Montagem: Cristina Amaral
Trilha sonora original: Ruy Weber
Catalogação de acervo: Max Fagotti
Produção: Patrícia Mourão
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