segunda-feira, 19 de setembro de 2011

CHILE 1973: O OUTRO 11 SETEMBRO




Salvador Allende acreditava na via pacífica para alcançar as transformações sociais rumo a uma sociedade igualitária - era a via socialista chilena


Foi um sonho germinado num país latino-americano cujo padrão educacional fazia inveja a maioria dos países deste continente. E por isso mesmo o nível de compreensão política da população fazia crer na concretização desta projeto, desta tese defendida por Allende.

Na medida que o governo de Allende acenava com avanços uma outra força avançava rumo ao contrário, estes, apoiados fortemente pelos Estados Unidos da América do Norte que não se importava com as limitações das sua intervenções, mesmo que isso custasse a vida de milhares de pessoas: esses eram os ecos da "guerra fria". A questão estava posta, o governo de Nixon jamais admitiria uma outra Cuba no continente sob sua influência, eles haviam investidos milhões de dólares corrompendo políticos, empresários e militares brasileiros afins do Golpe de Estado-1964... O contágio do golpe militar se espalhava por todo continente, tanto que o presidente Nixon ao visitar a ditadura brasileira declarou para quem quisesse ouvir:

"Para onde for o Brasil irá todo o continente latino-americano."

E, no Brasil os desmandos já haviam se tornado parte do cotidiano dos brasileiros. A repressão depois de treinada pelos agentes norte-americanos colocava em prática a "tolerância zero" contra os adversários do regime: 

Prisão... Tortura e Assassinatos. 

Quando Pinochet e seus aliados tomam o poder no Chile, o grau de repressão brasileiro parece uma brincadeira: No Chile milhares de pessoas foram encarceradas, sem qualquer interrogatório. Os corpos boiavam despudoradamente nas águas do Mapocho, o rio que banha a cidade de Santiago. Soldados espancavam pessoas e queimavam livros. Grupos de pessoas eram fuzilados por pelotões de atiradores. Implacável caçada humana contra adversários ou ex-colaboradores do governo Allende, e quando encontrados foram sumariamente assassinados. A ditadura de Pinochet mostrava a sua cara de ódio e exclusão. Sob escárnio as leis internacionais Pinochet mandava localizar e assassinar adversários no exterior.

Tudo isso sob a bênção do governo norte-americano e que inclusive disponibiliza profissionais para que essas ações tivessem completo êxito.

E como parte da estratégia da Guerra Fria, o governo Reagan colabora que fosse implantado no Chile uma vitrine de sucesso do seu projeto "neo-liberalismo econômico", economistas treinados em Chicago implantam uma modernização econômica, cujo esteio é a privatização e a participação mínima do Estado na gestão pública.

Deu certo, mas os resultados negativos surgem agora com milhares de estudantes chilenos indo as ruas clamando reforma do ensino, mesmo que sob confrontos com as forças militares.

A História já mostrou nem tanto a terra e nem tanto ao mar, mas se faz necessário que a sociedade como um todo tenha responsabilidade, principalmente o Estado como instituição protetora da população em geral: Educação, Habitação e Saúde.

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"Livre-pensar é só pensar" Millor Fernandes

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Nasceu em Manaus-AM. Cursou o Instituto de Artes e Arquitetura-UnB(73). Artes Cênicas - Parque Lage,RJ(77/78). Trabalha há mais de vinte anos em projetos autorais,dirigindo filmes documentários:"SEGREDOS DO PUTUMAYO" 2020 (em processo); "Tudo Por Amor Ao Cinema" (2014),"O Cineasta da Selva"(97),"Via Látex, brasiliensis"(2013), "Encontro dos Sabores-no Rio Negro"(08),"Higienópolis"(06),"Que Viva Glauber!"(91),"Guaraná, Olho de Gente"(82),"A Arvore da Fortuna"(92),"A Agonia do Mogno" (92), "Lina Bo Bardi"(93),"Davi contra Golias"(94), "O Brasil Grande e os Índios Gigantes"(95),"O Sangue da Terra"(83),"Arquitetura do Lugar"(2000),"Teatro Amazonas"(02),"Gráfica Utópica"(03), "O Sangue da Terra" (1983/84), "Guaraná, Olho de Gente" (1981-1982), "Via Láctea, Dialética - do Terceiro Mundo Para o Terceiro Milênio" (1981) entre outros. Saiba mais: "O Cinema da Retomada", Lucia Nagib-Editora 34, 2002. "Memórias Inapagáveis - Um olhar histórico no Acervo Videobrasil/ Unerasable Memories - A historic Look at the Videobrasil Collection"- Org.: Agustín Pérez Rubío. Ed. Sesc São Paulo: Videobrasil, SP, 2014, pág.: 140-151 by Cristiana Tejo.