Parceiros, encontra-se a venda o fascículo nº7 "Coleções Caros Amigos" - Revoltas Populares no Brasil, Missões Guarani/Índios Sateré-Mawé.
Aí, vocês podem acessar quando entre 1980 -1983 morei com os índios Sateré-Mawé, onde fui realizar o meu primeiro filme-doc "Cultura do Guaraná - Sateré-Mawé" com uma Bolsa FUNARTE, mas os Sateré disseram:
"- Então vai fazer um filme sobre o nosso guaraná, porquê não ajuda o nosso povo a denunciar essa invasão da nossa terra por causa desse petróleo".
O território Sateré-Mawe havia sido invadido pela empresa petrolífera Elf Equitaine sob "contrato de risco" com a Petrobras. Foram 500 homens, bombas com o composto de "agente laranja", aquele desfolhante utilizado pelos EUA na Guerra do Vietnã.
Sônia Lorenz e eu não imaginávamos aonde tudo isso poderia dar...Não deu outra, foi realmente uma luta de gente grande, no final, os índios Sateré-Mawé saíram vitoriosos.
Formou-se uma frente de luta aonde reuniram-se o grupo universitário amazonense Kuikuro, CIMIs e o CTI-Centro de Trabalho Indigenista-SP mais o apoio do jurista Dalmo Dalllari e do advogado amazonense Edson Oliveira. De repente estávamos no meio do caldeirão dos interesses internacionais, a sorte que Mário Juruna havia sido eleito deputado federal, a primeira voz indígena e a única até hoje; François Mitterrand, do partido socialista francês, foi eleito presidente e as forças democráticas brasileiras encontravam-se mobilizadas para encerrar o ciclo ditatorial.
Tudo isso colaborou que a luta dos Sateré-Mawé se tornasse vitoriosa. E, da minha parte, em vez de um filme-doc realizei dois:
1. O Guaraná, Olho de Gente (1982);
2. O Sangue da Terra (1983).
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