Hoje é o último dia para atender ao desafio dos 10 filmes que fizeram a cabeça.
O filme que posto é uma resposta aos olhos reprimidos desses dias carregados do conservadorismo hipócrita.
COMO ERA GOSTOSO O MEU FRANCÊS (1971), dir. Nelson Pereira dos Santos.
Esse filme é de uma extraordinária beleza. Ele nos leva aos dias primeiros das nossas origens de Brasil, mas o grande feito é a realização dessa obra-prima cinematográfica.
Ele de certa maneira se encaixa nas metáforas daqueles anos 60 sob a atmosfera hedonista do tribalismo hippie, ao mesmo tempo que desafia os tempos mais sombrios de repressão e censura da ditadura (1970, AI-5).
O diretor alimentou durante anos a realização desse filme, dessa historia, finalmente conseguiu com seus amigos que formavam uma "tribo" em Paraty. A liberdade com o corpo nu é mostrada na interpretação do elenco, sobretudo na relação mágica entre a atriz Ana Maria Magalhães (índia-Seboipeg) e Arduino Colasanti o branco (francês Jean).
O filme se alinha, também, no imaginário daqueles anos: Festival Woodstock, Musical Hair e de tantos outras manifestações como o movimento "Tropicalista", influenciado pelas idéias do "Manifesto Antropofágico" de Oswald de Andrade.
Para os índios Tupinambás, "quanto mais poderoso era o inimigo, mas gostoso ele era". Uma resposta aos inimigo de sempre, mas sobretudo uma resposta direta aqueles anos que reprimia, censurava, prendia, torturava e matava aos gritos de um general: "O índio não pode impedir a passagem do progresso".
Felizmente esse filme veio para celebrar a beleza da liberdade. Era preciso exerce-la. Está desde a nossa origem. - Viva a Vida! Viva a Arte! Viva o Cinema Brasileiro!
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