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domingo, 19 de dezembro de 2010
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
VIVA 2011!
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
MAURO ALICE E O SORRISO DO GATO NO PAÍS DAS MARAVILHAS
MAURO ALICE (1925*2010). Um homem, sobretudo gentil. A sensibilidade do seu olhar transpassava a tela do cinema para gravitar na órbita do movimento.
Já o conhecia através de alguns filmes que me marcaram, mas desconhecia o quanto ele havia contribuído para a existência daqueles clássicos.
Foi Carlos Nascimbeni que nos apresentou, mas a nossa aproximação aconteceu quando realizei o meu filme “O Cineasta da Selva” (97).
Fiz questão de convidá-lo para assessorar o ator José de Abreu no manuseio de películas em moviolas vertical e de mesa. A vertical, justamente mais antiga nos foi emprestada por uma escola de cinema, sob recomendação que não se podia fazer funcionar por que se encontrava quebrada.
Logo no primeiro dia das filmagens Mauro rondava o estúdio feito um gato, quase não se ouvia a sua voz e o seu caminhar. Enquanto preparávamos a filmagem das cenas, respeitosamente mexia aqui, ali e maravilhava-se diante das centenas de objetos antigos que por si mesmos contavam a história do cinema desde a sua gênese. Vez e outra ele contava algumas dos causos da Vera Cruz, Mazzaropi, Khoury, Babenco e tantos outros mestres do nosso cinema... De repente... Zás, escuta-se um ruído, ali estava Mauro Alice, com um sorriso: “gente, funciona!”.
Esse fato deu um toque mágico por que criou um clima que tudo poderia ser possível acontecer desde que Mauro Alice estivesse por perto. O ator José de Abreu que interpreta Silvino Santos pôde exibir performances de um autêntico montador numa moviola vertical, não era encenação, era tudo verdade.
Por coincidência éramos vizinhos, quase sempre estivemos em encontros de rua, esquina, hortifruti, padaria ou no seu apartamento em Higienópolis. A última vez foi quando lhe entreguei uma cópia DVD do meu filme “O Cineasta da Selva”. Ele me havia contado que não havia tido a oportunidade em adquiri-lo. Quando apareci com o DVD nas mãos ficou tão emocionado, parecia que havia ganhado um troféu, relembrou de causos acontecidos nos bastidores da filmagem e logo enveredou nos segredos da montagem no cinema e da rapidez que atualmente as cenas surgem feitos tiroteios como nos filmes de bang-bang. Com a cabeça raspada, passou a usar elegantes chapéus, encontrava-se doente, mas nunca reclamou, alimentava planos secretos em realizar um filme.
Recebo a notícia da sua morte ao acessar o “facebook”, encontro-me em Cancún-México como curador das imagens exibidas na exposição “Espaço Brasil/Amazônia”, durante a realização da COP 16. Daqui de longe, neste país de tantas histórias e ambíguidades geográficas, é America do Norte e também América Central, cenário privilegiado do imaginário cinematográfico (Que Viva México!), logo penso na ambigüidade Mauro Alice, masculino, feminino e o sorriso de gato da Alice no País das Maravilhas.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
EXPO AMAZÔNIA/ COP 16 CANCUN
A partir do dia 21 de dezembro estarei em Cancun (durante as discussões associadas a Mudanças Climáticas) na condição de curador das imagens para a Espaço Brasil/Expo Amazônia / COP 16 (29 nov a 10 dez), são 12 fotógrafos de vários estados brasileiros que dedicam a vida registrando aspectos poéticos e paradoxais desta região:
Aloisio Cabalzar, Alberto C. de S. Araújo, André Michiles, Andreas Valentin, Araquém Alcântara, Beto Ricardo, Claudio Marigo, Fábio Colombini, Lula Sampaio, Maurício de Paiva, Paulo Santos, Vincent Carelli.
Tambem haverá quatro instalações de minha autoria, são espaços conceituais aonde as pessoas poderão interagir com o imaginário amazônico:
1. "Guaraná - Do Cipó ao Chip" (vídeo instalação); 2. "O Horizonte Infinito das Árvores" / áudio-book sobre "Relato de um certo Oriente" de Milton Hatoum; 3. "Ancient Amazon " - foto enterrada; 4. "Amazonia Opera Omni" (vídeo instalação) - em parceria com Tadeu Jungle.
CARTA PÚBLICA - CANCUN COP 16
"Compartilhamos a seguinte carta pública, endereçada aos/às representantes de governos perante a Conferência das Partes da Convenção sobre Mudança Climática, a ser realizada em Cancún, México, entre os dias 29 de novembro e 10 de dezembro."
(...)
"Conferência das Partes – Convenção sobre Mudança Climática"
"Senhoras e Senhores representantes de governos:"
"Como vocês bem sabem, a mudança climática está ocorrendo e suas conseqüências já estão sendo sofridas por milhões de pessoas –particularmente as mais vulneráveis- e todo indica que o problema está agravando-se a passos largos. As causas do aquecimento global são perfeitamente conhecidas, bem como as medidas necessárias para evitar que se aprofunde e acabe afetando a humanidade toda. No entanto, tanto vocês quanto nós sabemos que os governos que representam continuam negando-se a fazer o que é sua obrigação para enfrentar seriamente o problema."
"É bom lembrar que em 1992, todos os governos do mundo se comprometeram, em uma convenção internacional, a adotar medidas para evitar o desastre climático. Surgiu assim a Convenção sobre Mudança Climática, que quase todos os governos assinaram e ratificaram. Desde a época transcorreram 18 anos, durante os quais os governos têm feito pouco e nada para enfrentar o problema. Isto é, durante quase duas décadas o espírito da Convenção, que visava a evitar que a mudança climática ocorresse, tem estado sendo violado. Considerando suas possíveis conseqüências para a sobrevivência da humanidade, essa violação pode ser tachada de crime de lesa humanidade." (...)
sábado, 13 de novembro de 2010
AMAZONAS FILM FESTIVAL 2010
A sensação deste festival foi o filme "Elvis & Madona" (Marcelo Lafitte), o público vibrava a cada cena, tranformando a sessão num verdadeiro espetáculo com sinergia filme e platéia.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
CINEMA: ARNALDO JABOR & JOSÉ PADILHA
Na perspectiva do cinema de sucesso podemos afirmar que os dois (Jabor e Padilha) sempre tiveram empatia com o público. Quando Jabor fazia cinema de sucesso com uma dramaturgia psíquica, verborrágica e teatral sobre o brasileiro daqueles anos 70 e 80, vivia-se no Brasil um sentimento de grito parado no ar (parafraseando um a peça de sucesso da época). Estávamos superando determinados paradigmas de esquerda e direita. Anistia lenta e gradual. Masculino e Feminino. Traições conjugais. Caretice x Muito doido. Público x privado. Pai estado ou mãe mercado? Jabor viu no reacionário romântico Nelson Rodrigues a sua imagem e semelhança que ele perseguiria como nos filmes do expressionismo alemão, personagem em transe agindo sob o efeito da hipnose. Resultado: Jabor depois de fazer cinema de sucesso, alcançar cifras que somente o cinema de José Padilha alcança...cansou, segundo Jabor o cinema não lhe pagava as contas e "leva muito tempo pra se fazer um filme atrás do outro, coisa de quase dez anos e o cineasta tem que aprender a filmar novamente" (cito de memória).
ENCONTRO DAS ÁGUAS É TOMBADO
VIVA!
O círculo que se formou neste movimento em defesa do Encontro das Águas é energizante: uma realidade maravilhosa, porque poesia pura e realidade concreta de um mundo frágil que ainda se defende dos abusos do Capital. Mas que, afinal, não é tão frágil ou utópica como parece: porque todos nós queremos lutar e preservar a "Grande Mãe d'Agua" de aquilo que seria o verdadeiro Apocaplipse que o "visionário" Glauber Rocha profetizava desde "Amazonas Amazonas" em 1966... Vamos pra frente, com o passado do Glauber, o presente da Dilma, o futuro da Amazônia, nossa grande mãe de História, Civilização, Elegância e Beleza.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
O QUE TEM POR TRÁS DO PRECONCEITO CONTRA O VOTO POPULAR
(Almanakito / Maria do Rosário Caetano): Jornal Valor Econômico (5 a 7 de novembro) de Maria Cristina Fernandes (Editora de Política):
"O Mal-Estar com o Voto Universal" (Direito de apenas 22 anos explica estranheza).
Neste artigo sereno, ela aborda/analisa a frase da jovem advogada Mayara Petruso contra o voto nordestino, lembra que Collor, FHC (2 vezes), Lula (2 vezes) e agora Dilma foram, sim, eleitos com votos do povo.
Só ganha eleição no Brasil quem consegue atingir, "além da banda remediada, os eleitores mais pobres e de baixa escolaridade".
Ela analisa o caso da cidade de Marcelândia (MT), onde Serra obteve 75,7% dos votos no segundo turno. Lá, no primeiro, Marina tivera 1,3%. E por que? Porque era o município que mais desmatava no país. Foco da operação "Arco de Fogo", Marcelância zerou o desmatamento. Mas se vingou do Ibama, do Governo, de Marina...
No Acre, Serra teve 69,9% dos votos. Uma das explicações é a revolta do Estado com o Ibama...Em Roraima, Serra teve 66,5% dos votos. Arrozeiros e grande parte da população do Estado estão revoltados contra o Governo, por causa da demarcação da Reserva Raposa do Sol....
Some-se o CINTURÃO AGRÍCOLA DO SUL E CENTRO-OESTE.......
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
DILMA13!
domingo, 29 de agosto de 2010
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
PICICA - blog do Rogelio Casado: Simposio Internacional Roger Casement
sexta-feira, 9 de julho de 2010
HISTÓRIA DO CINEMA BRASILEIRO
a fonte do artigo é o link logo abaixo. Abraço, Marcos.
http://www.dc.mre.gov.br/cinema-e-tv/historia-do-cinema-brasileiro
História do Cinema Brasileiro Breve histórico do cinema brasileiro
VIVA O CINEMA BRASILEIRO!
O COMEÇO...
Caso alguém pergunte, num futuro distante, qual terá sido o meio de expressão de maior impacto da era moderna, a resposta será quase unânime: o cinematógrafo. Inventado em 1895 pelos irmãos Lumière para fins científicos, o cinema revelou-se peça fundamental do imaginário coletivo do século XX, seja como fonte de entretenimento ou de divulgação cultural de todos os povos do globo.
Desde cedo, o cinematógrafo aporta no Brasil com Affonso Segretto. Segretto, imigrante italiano que filmou cenas do porto do Rio de Janeiro, torna-se nosso primeiro cineasta em 1898. Um imenso mercado de entretenimento é montado em torno da capital federal no início do século XX, quando centenas de pequenos filmes são produzidos e exibidos para platéias urbanas que, em franco crescimento, demandam lazer e diversão. Nos anos 30, inicia-se a era do cinema falado. Já então, o pioneiro cinema nacional concorre com o forte esquema de distribuição norte-americano, numa disputa que se estende até os nossos dias. Dessa época, destacam-se o mineiro Humberto Mauro, autor de "Ganga Bruta" (1933) - filme que mostra uma crescente sofisticação da linguagem cinematográfica - e as "chanchadas" (comédias musicais com populares cantores do rádio e atrizes do teatro de revista) do estúdio Cinédia. Filmes como "Alô, Alô Brasil" (1935) e "Alô, Alô Carnaval" (1936) caem no gosto popular e revelam mitos do cinema brasileiro, como a cantora Carmen Miranda (símbolo da brejeirice brasileira que, curiosamente, nasceu em Portugal). A criação do estúdio Vera Cruz, no final da década de 40, representa o desejo de diretores que, influenciados pelo requinte das produções estrangeiras, procuravam realizar um tipo de cinema mais sofisticado. Mesmo que o estúdio tenha falido já em 1954, conhece momentos de glória, quando o filme "O Cangaceiro" (1953), de Lima Barreto, ganha o prêmio de "melhor filme de aventura" no Festival de Cannes. A reação ao cinema da Vera Cruz representa o movimento que divulga o cinema nacional conhecido para o mundo inteiro: o Cinema Novo. No início da década de 60, um grupo de jovens cineastas começa a realizar uma série de filmes imbuídos de forte temática social. Entre eles está Gláuber Rocha, cineasta baiano e símbolo do Cinema Novo. Diretor de filmes como "Deus e o Diabo na Terra do Sol" (1964) e "O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro" (1968), Rocha torna-se uma figura conhecida no meio cultural brasileiro, redigindo manifestos e artigos na imprensa, rejeitando o cinema popular das chanchadas e defendendo uma arte revolucionária que promovesse verdadeira transformação social e política. Inspirados por Nelson Pereira dos Santos (que, já em 1955, dirigira "Rio, 40 Graus" sob influência do movimento neo-realista, e que realizaria o clássico "Vidas Secas" em 1964) e pela Nouvelle Vague francesa, diretores como Cacá Diegues, Joaquim Pedro de Andrade e Ruy Guerra participam dos mais prestigiados festivais de cinema do mundo, ganhando notoriedade e admiração. As décadas seguintes revelam-se a época de ouro do cinema brasileiro. Mesmo após o golpe militar de 1964, que instala o regime autoritário no Brasil, os realizadores do Cinema Novo e uma nova geração de cineastas - conhecida como o "údigrudi", termo irônico derivado do "underground" norte-americano - continuam a fazer obras críticas da realidade, ainda que usando metáforas para burlar a censura dos governos militares. Dessa época, destacam-se o próprio Gláuber Rocha, com "Terra em Transe" (1968), Rogério Sganzerla, diretor de "O Bandido da Luz Vermelha" (1968) e Júlio Bressane, este dono de um estilo personalíssimo. Ao mesmo tempo, o público reencontra-se com o cinema, com o sucesso das comédias leves conhecidas como "pornochanchadas". A fim de organizar o mercado cinematográfico e angariar simpatia para o regime, o governo Geisel cria, em 1974, a estatal Embrafilme, que teria papel preponderante no cinema brasileiro até sua extinção em 1990. Dessa época datam alguns dos maiores sucessos de público e crítica da produção nacional, como "Dona Flor e Seus Dois Maridos" (1976), de Bruno Barreto e "Pixote, a Lei do Mais Fraco" (1980), de Hector Babenco, levando milhões de brasileiros ao cinema com comédias leves ou filmes de temática política. O fim do regime militar e da censura, em 1985, aumenta a liberdade de expressão e indica novos caminhos para o cinema brasileiro. Essa perspectiva, no entanto, é interrompida com o fim da Embrafilme, em 1990. O governo Collor segue políticas neoliberais de extinção de empresas estatais e abre o mercado de forma descontrolada aos filmes estrangeiros, norte-americanos em quase sua totalidade. A produção nacional, dependente da Embrafilme, entra em colapso, e pouquíssimos longas-metragens nacionais são realizados e exibidos nos anos seguintes. Após o cataclisma do início dos anos 90, o sistema se reergue gradualmente. A criação de novos mecanismos financiamento da produção por meio de renúncia fiscal (Leis de Incentivo), juntamente com o surgimento de novas instâncias governamentais de apoio ao cinema, auxilia a reorganizar a produção e proporciona instrumentos para que realizadores possam competir, mesmo de modo desigual, com as produções milionárias das majors norte-americanas. Esse período é conhecida como a "Retomada" do cinema brasileiro. Em pouco tempo, três filmes são indicados ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro: "O Quatrilho" (1995), "O Que é Isso, Companheiro" (1997) e "Central do Brasil" (1998), também vencedor do Urso de Ouro do Festival de Berlim. Nomes como Walter Salles, diretor de "Terra Estrangeira" (1993) e "Central do Brasil" e Carla Camuratti, diretora de "Carlota Joaquina, Princesa do Brazil" (1995) tornam-se nomes conhecidos do grande público, atraindo milhões de espectadores para as salas de exibição. Cem anos após os irmãos Lumière, o cinema brasileiro reivindica seu papel na história da maior arte do século XX para apresentar, neste catálogo, sua contribuição para o futuro do medium.
CINEMABRASIL-Lista debatendo Tecnica,Linguagem, Mercado do Cinema Brasileiro
Projeto Cultural CINEMA BRASIL NA INTERNET http://www.cinemabrasil.org.br.
terça-feira, 22 de junho de 2010
A FOTOGRAFIA EM VIDAS SECAS
"Livre-pensar é só pensar" Millor Fernandes
Atalho do Facebook
www.tudoporamoraocinema.com.br
- AURÉLIO MICHILES
- Nasceu em Manaus-AM. Cursou o Instituto de Artes e Arquitetura-UnB(73). Artes Cênicas - Parque Lage,RJ(77/78). Trabalha há mais de vinte anos em projetos autorais,dirigindo filmes documentários:"SEGREDOS DO PUTUMAYO" 2020 (em processo); "Tudo Por Amor Ao Cinema" (2014),"O Cineasta da Selva"(97),"Via Látex, brasiliensis"(2013), "Encontro dos Sabores-no Rio Negro"(08),"Higienópolis"(06),"Que Viva Glauber!"(91),"Guaraná, Olho de Gente"(82),"A Arvore da Fortuna"(92),"A Agonia do Mogno" (92), "Lina Bo Bardi"(93),"Davi contra Golias"(94), "O Brasil Grande e os Índios Gigantes"(95),"O Sangue da Terra"(83),"Arquitetura do Lugar"(2000),"Teatro Amazonas"(02),"Gráfica Utópica"(03), "O Sangue da Terra" (1983/84), "Guaraná, Olho de Gente" (1981-1982), "Via Láctea, Dialética - do Terceiro Mundo Para o Terceiro Milênio" (1981) entre outros. Saiba mais: "O Cinema da Retomada", Lucia Nagib-Editora 34, 2002. "Memórias Inapagáveis - Um olhar histórico no Acervo Videobrasil/ Unerasable Memories - A historic Look at the Videobrasil Collection"- Org.: Agustín Pérez Rubío. Ed. Sesc São Paulo: Videobrasil, SP, 2014, pág.: 140-151 by Cristiana Tejo.