Hector Babenco definitivamente desenraizou-se e virou poeira cósmica.
E isto, foi o que sempre perseguiu, era de lugar nenhum, mesmo que o Brasil e a Argentina fosse pra ele uma forte referência. A sua filmografia é marcada por esta trajetória migratória... E o único passaporte que reconhecia era a memória, fosse de Lugar como o do Afeto.
Para mim o filme "Brincando Nos Campos do Senhor" (1991) é o que mais representa essa busca por identidade. Mesmo que não tenha sido o sucesso que outros filmes seus tiveram, mas, aí está a metáfora da preservação da origem, do éden...A ganância do progresso civilizatória contra a permanência da vida original, aí está a Amazônia, o território paradisíaco aonde se pratica os mais inomináveis crimes contra a humanidade.
Aliás, Peter Matthiessen, autor do romance "At Play in the Fields of the Lord", inspirou-se no massacre sofrido pelos índios Waimiri-Atroari.
Babenco, como em todos os outros filmes que dirigiu e roteirizou foram produções de risco (em todos os sentidos), neste, a soberba ganha o ímpeto de artista:
Ficha Técnica
Direção: Hector Babenco/ Roteiro: Jean-Claude Carrière/ Fotografia: Lauro Escorel e Stan McClain/ Direção de Arte: Clovis Bueno/Figurino: Rita Murtinho/ Música: Zbigniew Preisner c/ colaboração de Marlui Miranda.
Tom Berenger/ John Lithgow/Daryl Hannah/ Aidan Quinn/ Kathy Bates/ Tom Waits/ José Dumont/ Nelson Xavier e Stênio Garcia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário