quinta-feira, 30 de abril de 2020

VIETNÃ - A HUMILHAÇÃO DA MAIOR MÁQUINA DE GUERRA DO MUNDO



30 abril 1975

Pânico, desespero, desordem, humilhação... 


A fuja de Saigon (Vietnã)...simboliza de uma maneira trágica e desesperada a maior derrota militar dos EUA, a máquina/industrial armamentista que até hoje se encontra em guerra contra algum país.

A guerra de Vietnã marcou a minha geração. 

Vivendo em plena ditadura, aonde havia censura prévia para qualquer tipo de divulgação, os acontecimentos sobre esse conflito em geral davam notícias como se os EUA estivessem derrotando os vietcongues, os comunistas, mas na verdade eles estavam sendo humilhados. 

É possível que jamais os estadunidenses consigam apagar essa derrota.

quinta-feira, 23 de abril de 2020

O CAOS DE MANAUS E A LOGÍSTICA DO GENERAL


Uma das notícias mais intrigantes é a indicação do General Eduardo Pazuello, Comandante da 12a. Região Militar da Amazônia, para o cargo de Secretário - caberá à ele a logística do Ministério da Saúde. 

O General Pazuello, é elogiado por suas ações de logística no Exército, no entanto, em Manaus onde é figurinha carimbada bolsonarista, amigão do governador, a capital amazonense é a cidade mais atingida pelo descalabro da falta de logística e desobediência civil contra a "quarentena" (recolhimento social). 

Aonde andava o General Pazuello que não tomou nenhuma providência para impedir tamanho caos logístico?


quarta-feira, 22 de abril de 2020

NOBODY SPEAK


Amigas e amigos, aproveitem esse elástico tempo de refúgio, é um recolhimento exterior e interior, alimentem-se de bons conteúdos, eles se encontram disponíveis ao alcance dos seus dedos. 

Assistir na Netflix um filme-doc e que gostaria de compartilhar com vocês: 

"NOBODY SPEAK",(2017), dir. Brian Knappenberger. 

Vocês vão identificar que o atual  governo brasileiro é um pastiche das arrogantes atitudes de Donald Trump & seus bilionários e criminosos patrocinadores. 

PANDEMIA EM MANAUS...


Ahhh...minha cidade...Manaus...

Brincando nas "casas-velhas", nos terrenos baldios, nos quintais cheiinhos de frutas madurinhas, pulando dos galhos nos igarapés e de bubuia no rio Negro...

Tempos de vida e chuva na minha Macondo. 

Quantos sonhos! Quantas desilusões! 

Esta paisagem trágica, agônica é um retrato da indiferença, do desapreço e dos desafios que não foram enfrentados e que permanecem. 

Por uma nova Cabanagem.



segunda-feira, 13 de abril de 2020

RIP MORAES MOREIRA


RIP Moraes Moreira 

Acabou Chorare

Pombo Correio: 
" Voar o mundo/ 
Se preciso for/ 
O mundo voa/ 
Mas me traga/ 
Uma noticia boa."

sexta-feira, 10 de abril de 2020

IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO - ESCRITOR


“Este homem está nos jogando do precipício. Eu não estou atrás, mas muita gente está. O que ele pretende? Tenho 83 anos, nunca vi um presidente assim, tosco, sem cultura, analfabeto, autoritário, um soldadinho de chumbo que está lá. Tudo isso é anormal."


FOLHA DE S.PAULO 10.04.2020

'A reação já começou com a desobediência civil', diz IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO, autor de distopia política Romance mostra Brasil governado por 'presidente sem cérebro', assolado por epidemias e sem Ministério da Saúde    
Paula Sperb - Repórter em Porto Alegre

De dentro do seu apartamento no bairro de Pinheiros, em São Paulo, o escritor Ignácio de Loyola Brandão, 83, escuta as panelas batendo pontualmente às 20h30 nos últimos dias. “Pego uma frigideira, pego o que for e vou bater”, contou à Folha, em entrevista por telefone.

Para Brandão, porém, os panelaços contra o presidente Jair Bolsonaro não são a única forma de protesto adequadas ao momento. “Parece que a reação já começou com a desobediência civil”, diz. Para ele, “governadores, prefeitos e o povo estão na contramão das ordens do presidente”.

Antes que Bolsonaro fosse eleito, Brandão escreveu uma distopia que mostra um Brasil governado por um presidente sem cérebro, assolado por epidemias onde caravanas passam transportando os mortos.

Na ficção, conselheiros do presidente elaboram campanhas com dizeres como “Não se entregue ao abismo, trabalhe” e “Para frente, Brasil. Siga”.
Romance mais recente do imortal da Academia Brasileira de Letras, “Desta Terra Nada Vai Sobrar a Não Ser o Vento que Sopra Sobre Ela” (Global, 2018), foi escrito nos quatro anos anteriores ao seu lançamento.
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A obra mostra um Brasil sem os ministérios da Saúde e da Educação e completa a trilogia iniciada por “Zero” (1975), censurado pela ditadura militar, e “Não Verás País Nenhum” (1981), em que o aquecimento global já é uma realidade.

“Não sou adivinho, não sou nada. Mas sou um homem que faz literatura a partir da ideia de que não existe absurdo nesse mundo, tudo é literatura e tudo é possível”, disse.

O autor cumpre o isolamento domiciliar para evitar o contágio e a proliferação do novo coronavírus. “Tem gente que quer abrir comércio imediatamente. Eu não quero sair, não sou suicida. Somos governados pelo gabinete do ódio”, disse.

De certa maneira, o senhor antecipa a realidade por meio da ficção. Isso ocorreu com 'Não Verás País Nenhum' e agora com 'Desta Terra Nada Vai Sobrar...'. Como o senhor faz isso? Imagino coisas que podem ser absurdas, que podem nunca acontecer. Só que acabam acontecendo. A ideia do livro surgiu quando li no jornal a possibilidade de, no futuro, a ciência produzir um homem sem cérebro, sem emoção, sem sentimentos, sem nada.

No livro tem o primeiro presidente sem cérebro. Isso foi quase um ano antes da eleição [de 2018]. O que a gente tem hoje no poder? Um homem sem cérebro, sem sentimento, sem emoção, sem comoção, indiferente a tudo, ao povo que governa, frio.

Eu não tenho culpa da minha literatura vir na frente, a vida que vem bem atrás. Quando escrevi 'Não Verás País Nenhum' [1981], o aquecimento global e doenças estranhas eram possibilidades e está aí o coronavírus. Fico surpreso comigo mesmo. Não sou vidente. Sou um escritor que sabe que a literatura é uma coisa que faz você ver a possível vida que vem.

'A vida normalizara-se naquela anormalidade'. O senhor abre o livro com essa frase de Euclides da Cunha, em 'Os Sertões'. Por quê? No momento em que a anormalidade é o normal, com os índices de feminicídios, as milícias que comandam o Rio de Janeiro e as facções, isso não é o normal. Isso é uma anormalidade dentro do cotidiano. A gente vive uma situação de medo, de sobressalto.

Sob Bolsonaro, a vida 'normalizou-se na anormalidade'? Mais do que nunca. Nós estamos sendo conduzidos como na fábula do flautista que toca e conduz os ratos que vêm atrás para o precipício. Este homem está nos jogando do precipício. Eu não estou atrás, mas muita gente está. O que ele pretende? Tenho 83 anos, nunca vi um presidente assim, tosco, sem cultura, analfabeto, autoritário, um soldadinho de chumbo que está lá.

Tudo isso é anormal. Isso não é a normalidade, a normalidade seria respeito à lei, ternura com o povo, esse povo que precisa salvar. Porque estamos condenados à morte. Tem gente que quer abrir comércio imediatamente. Eu não quero sair, não sou suicida. Somos governados pelo gabinete do ódio.

'A caravana leva os mortos por dengue, zika, H1N1, chikungunya, varíola, obesidade mórbida, malária, febre amarela'. Em outro trecho, o senhor escreveu: 'A cada minuto, pessoas morrem nas ruas, ninguém toca nelas, é o medo. Ninguém sabe há quanto tempo não existe mais o Ministério da Saúde'. É o que está acontecendo com o coronavírus? Está acontecendo. Esse presidente constrange o ministro dele, da Saúde, o único que estava fazendo alguma coisa, mas teve que alinhar ao lado dos absurdos dele. Faltam leitos, exames e se estourar, vai ser um sufoco.

A caravana que descrevi está acontecendo na Itália. Basta ver as filas de caminhões levando os mortos para serem enterrados, queimados. O livro é muito mais que o Brasil hoje. Fiquei assustado [quando a repórter da Folha leu os trechos]. Tem muita coisa que às vezes se escreve até em transe. Depois que a gente lê, fala: 'Meu Deus!'. Não sou adivinho, não sou nada. Mas sou um homem que faz literatura a partir da ideia de que não existe absurdo nesse mundo, tudo é literatura e tudo é possível. 

IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO, 83
É escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras, eleito como integrante por unanimidade em 2019. Nascido em Araraquara (SP), trabalhou no jornal Última Hora. Autor de contos, crônicas, livros infanto-juvenis e romances. Vencedor de prêmios como Jabuti, Biblioteca Nacional e Machado de Assis

sexta-feira, 3 de abril de 2020

BRASIL JEJUM...PIADA


Essa chamada para o "Brasil Jejum" (sic), movimento criado pelo gado-bozo através das Igrejas Cassinos, é um gesto de desespero de quem se encontra na corda bamba do poder. 

Mas, por outro lado, a  História me faz lembrar daquele movimento pre-golpe 64 criado pelo padre Peyton, enviado ao Brasil pelos EUA para organizar os brasileiros entorno da oração "família que reza unida, permanece unida". 


A base era o "perigo do comunismo", "a destruição da família e da propriedade privada".

Essa ladainha, passado mais de meio século, ainda funciona...o "medo do comunismo". Que retrocesso!

"Livre-pensar é só pensar" Millor Fernandes

www.tudoporamoraocinema.com.br

Minha foto
Nasceu em Manaus-AM. Cursou o Instituto de Artes e Arquitetura-UnB(73). Artes Cênicas - Parque Lage,RJ(77/78). Trabalha há mais de vinte anos em projetos autorais,dirigindo filmes documentários:"SEGREDOS DO PUTUMAYO" 2020 (em processo); "Tudo Por Amor Ao Cinema" (2014),"O Cineasta da Selva"(97),"Via Látex, brasiliensis"(2013), "Encontro dos Sabores-no Rio Negro"(08),"Higienópolis"(06),"Que Viva Glauber!"(91),"Guaraná, Olho de Gente"(82),"A Arvore da Fortuna"(92),"A Agonia do Mogno" (92), "Lina Bo Bardi"(93),"Davi contra Golias"(94), "O Brasil Grande e os Índios Gigantes"(95),"O Sangue da Terra"(83),"Arquitetura do Lugar"(2000),"Teatro Amazonas"(02),"Gráfica Utópica"(03), "O Sangue da Terra" (1983/84), "Guaraná, Olho de Gente" (1981-1982), "Via Láctea, Dialética - do Terceiro Mundo Para o Terceiro Milênio" (1981) entre outros. Saiba mais: "O Cinema da Retomada", Lucia Nagib-Editora 34, 2002. "Memórias Inapagáveis - Um olhar histórico no Acervo Videobrasil/ Unerasable Memories - A historic Look at the Videobrasil Collection"- Org.: Agustín Pérez Rubío. Ed. Sesc São Paulo: Videobrasil, SP, 2014, pág.: 140-151 by Cristiana Tejo.