segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

O ETNOCENTRISMO....ESTÁ DE VOLTA? ADEUS, CIVILIZAÇÅO.

Com certeza devemos respeitar uns aos outros, independentes das suas crenças. 

Não existe "deus" ou "divindade" melhor e mais eficiente que a outra. Tudo depende do acreditar. 

Cada povo venera aquilo que lhe dar significado: animistas, politeístas, monoteístas. Deuses masculinos e femininos, até mesmos deuses andróginos. 



A nossa criatividade para temer (medo) como fronteira para as nossas voluntariedade são enormes. Mas, ao contrário do que se possa afirmar, mesmo as religiões provenientes do Oriente, influenciaram as divindades do Império Romano nas festividades carnavalescas: “pompas bacanais”, “saturnais” ou “lupercais”. As religiões são uma grande mistura antropofágica originária na audaciosa inventividade dos humanos, aí, nós deitamos e rolamos, somos castos, somos profanos, somos hereges, dançamos na corda bamba no princípio  entre Eros e Thanatos.

O Ocidente quando sob hegemonia da Igreja Católica tinha o "riso" e o "humor" como tabus, quebra-lo poderia levar a pessoa morrer numa fogueira. Viver para morrer e ganhar o "reino do céu" ou Viver para morrer para usufruir um harém de mil virgens...Todos esses desejos tem uma única origem, assim como chicotear-se em público pode ser uma demonstração de fé ou os jovens índios Sateré-Mawé, deixarem-se ser picados por centenas de formigas venenosas, tudo isso para demostrar fé nos princípios morais que regem o seu povo. 
Neste final do século XX e inicio do século XXI, sinceramente, pra mim que sou ateu, as religiões estão invadindo o espaço privado, individual para se tornar num Leviatã - no sentido do cientísta político Thomas Hobbes (1588-1679). E, pior, o demônio do Leviatã destampou a panela aonde guarda todo o "mau estar da humanidade", entre elas o tal do "eurocentrismo" que parece querer se apresentar com cartão-de-visita, os mesmos preconceitos sob a "alcunha" de "etnocentrismo" volta com tudo. Sem parcimônia pode-se ler, por exemplo, na Folha SP, aliás, duramente criticado por Jânio de Freitas ("Os alvos esquecidos-18.Jan.2015): "...No Brasil distante dos acontecimentos (...) as divergências foram infiltradas por agressividade que não se mostraram nem nos centros europeus da discussão obsessiva. Não por acaso, claro. Oportunidade para afirmações assim: "Os jovens países (da África) até deveriam agradecer aos "opressores"(europeus) por copas que nunca tinham visto". Pois é, ainda um defensor do colonialismo genocida na África, e entre os publicam coisas na Folha como gente da casa." Jogando para debaixo do tapete da história os genocídios (para se dizer o mínimo) praticados pelos países europeus na África ou no Oriente. 


Será preciso resuscitar Lévi-Strauss e a sua tese sobre a culturas paralelas? Aonde ele critica o evolucionismo e procura  estabelecer analogias entre culturas arcaica e primitivas: "pois as tentativas de conhecer a riqueza e a originalidade das culturas humanas, e de reduzi-las ao estado de replicas desigualmente atrasadas da civilização ocidental, se chocam com outra dificuldade… todas as sociedades humanas têm atrás de si um passado que e aproximadamente da mesma ordem de grandeza. Não se pode admitir a ideia de etapas do desenvolvimento porque as culturas não são estáticas, não existe "povos sem história", existem povos do qual não conhecemos o passado."

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"Livre-pensar é só pensar" Millor Fernandes

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Nasceu em Manaus-AM. Cursou o Instituto de Artes e Arquitetura-UnB(73). Artes Cênicas - Parque Lage,RJ(77/78). Trabalha há mais de vinte anos em projetos autorais,dirigindo filmes documentários:"SEGREDOS DO PUTUMAYO" 2020 (em processo); "Tudo Por Amor Ao Cinema" (2014),"O Cineasta da Selva"(97),"Via Látex, brasiliensis"(2013), "Encontro dos Sabores-no Rio Negro"(08),"Higienópolis"(06),"Que Viva Glauber!"(91),"Guaraná, Olho de Gente"(82),"A Arvore da Fortuna"(92),"A Agonia do Mogno" (92), "Lina Bo Bardi"(93),"Davi contra Golias"(94), "O Brasil Grande e os Índios Gigantes"(95),"O Sangue da Terra"(83),"Arquitetura do Lugar"(2000),"Teatro Amazonas"(02),"Gráfica Utópica"(03), "O Sangue da Terra" (1983/84), "Guaraná, Olho de Gente" (1981-1982), "Via Láctea, Dialética - do Terceiro Mundo Para o Terceiro Milênio" (1981) entre outros. Saiba mais: "O Cinema da Retomada", Lucia Nagib-Editora 34, 2002. "Memórias Inapagáveis - Um olhar histórico no Acervo Videobrasil/ Unerasable Memories - A historic Look at the Videobrasil Collection"- Org.: Agustín Pérez Rubío. Ed. Sesc São Paulo: Videobrasil, SP, 2014, pág.: 140-151 by Cristiana Tejo.