Uma das minhas vibrantes descobertas nesta Mostra São Paulo foi o filme "O ABRAÇO DA SERPENTE" (El abrazo de la serpiente), 2015. Prod. Colombia, Venezuela e Argentina. Dir.: Ciro Guerra.
Guerra, consegue fazer do seu filme não apenas mais uma história antropológica-etnográfica-indigenista...Vai muito a frente...É uma experiência sensorial das mais instigantes, uma viagem épica e alucinógena entre o desconhecido - a busca permanente por respostas ainda não respondidas. O estranhamento nos completa. A minha emoção diante deste filme só se compara quando assistir, nos anos 70, "Aguirre, a cólera de deus" (W. Herzog). Com um elenco afiadíssimo, podemos dizer mais sobre a trilha de Nascuy Linares e a fotografia de David Gallego, um dos pontos altos desta produção.
"O Abraço da Serpente", se inspira na vida e obra do etnólogo alemão Theodor Koch-Grunberg (1872-1924), um dos pioneiros dos registros fílmicos da Amazônia e do Brasil. Em 1911, ele realizou um doc., 9': "Aus dem Leben des Taulipang in Guiana" (Da Vida dos Taruepang na Guiana). Nele podemos apreciar o preparo do milho, da mandioca, do algodão, algumas brincadeiras e o ritual Parisherá. Ah, sim, foi inspirado num dos mitos recolhidos por Koch-Grunberg que o escritor Mario de Andrade (1893-1945) escreveu a sua denominada rapsódia brasileira "Macunaíma".
Acima os bastidores da filmagem "O Abraço da Serpente" (El abrazo de la serpiente); abaixo uma foto original do etnólogo Theodor Koch-Grunberg.
Nenhum comentário:
Postar um comentário