O filme-doc "American Factory"(2019) de Julia Reichert e Steven Bognar, vencedor de Melhor Documentário Oscar 2020, é um filme que mostra contemporaneamente o quanto as relações do trabalho se encontram precarizado...quando milhões de postos de trabalhos são extintos e outros milhões de trabalhadores ficam desempregados. Foi o que aconteceu na cidade de Dayton-Ohio- EUA durante fechamento de uma fábrica de automóveis da General Motors que empregava 10.000 pessoas e de repente tudo isso virou fumaça e desilusão.
Alguns anos depois surge um empresário chinês na cidade para implantar um fábrica - filial da Fuyao e resgatar o emprego perdido pela população de Dayton. Não são aqueles 10.000 mil empregos, são apenas 2.000... somente isso é o suficiente para exaltar o entusiasmo dos moradores da cidade.
Mas, o mais interessante senão irônico desse filme é os chineses humilhando os norte-americanos, chamando-os de "preguiçosos","gordos", com "dedos grossos que não servem para apertar um botão".
Os norte-americanos desesperados pelo emprego se humilham, bajulam, puxam o saco dos chineses. Uma inversão de preconceitos e injustiças quando os estadunidenses, eram a referência de riqueza e do emprego e os chineses habitantes longínquos de um país exótico, pobre sob um regime "fracassado", eram chamados de "amarelos".
Só nos resta fazer coro com a diretora Julia Reichert que ao receber a estatueta declarou:
"- Trabalhadores do mundo, uni-vos!"
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