Hoje quero celebrar a memória de BORIS SCHNAIDERMAN (1917-2016), talvez ele tenha sido uma das pessoas que mais marcaram a minha adolescência em Manaus. A leitura dos poemas de Maiakovski a partir das suas traduções ou em parceria com Augusto e Haroldo de Campos, eram uma lufada de vento fresco naqueles anos sombrios, sem liberdade. Tive a felicidade de conhece-lo pessoalmente quando, em 2002, realizei o documentário "Gráfica Utópica" a partir de uma exposição que percorreu o Centro Cultural Banco do Brasil (Brasília-São Paulo e Rio de Janeiro) e que expunha pela primeira vez no Brasil o acervo formidável dos cartazistas russos - período pré e durante a revolução soviética. A sua assessoria e depoimento foram fundamentais.
O nosso último encontro aconteceu numa das tardes de abril, nós nos encontramos no Café Colon/Toninho (Higienópolis), ele acompanhado da Jeruza, confidenciou-se:
"Em breve farei 99 anos e depois 100..."
Concordo com ele 100... 200... 1000 anos será muito pouco para regar essa floresta de sabedoria e conhecimento que ele plantou e cultivou.
* Registro do nosso último encontro, na pauta entre um turbilhão de idéias, falamos sobre "Gráfica Utópica" ( Aurelio Michiles ), sessão especial em sua nova residência e comemorações 99 anos. Inesquecível....VIVA!
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