Ao assistir "Nise - O Coração da Loucura" de Roberto Berliner saí emocionado. Goste-se ou não deste filme, mas indiferente à ele impossível.
O "Engenho de Dentro", os seus internos, a equipe médica e a trajetória da dra. Nise da Silveira (1905-1999) é o próprio Brasil encarcerado, o melhor do nosso país é colocado à margem ou num hospício. O outro Brasil, aquele que encarcera que nega o humanismo, o amor as artes e a liberdade do inconsciente, este, insiste em permanecer vivo.
Continuam a negar a afetividade para a maioria dos (entre) brasileiros. Continuam matando os cachorros. Quanto tempo se perdeu e continua se perdendo? Quantos talentos? Quantos gênios inventivos poderiam fazer esse país destravar a sua trajetória?
Mas não, o hospício Brasil continua a praticar choques elétricos, camisas de força, submeter às mais inacreditáveis humilhações e a praticar sem parcimônias a globotomia numa população mantida no isolamento dos seus lares, sem lazer, quase nenhum.
Tudo isso secularmente, vez por outra, é abalada por personagens quase solitários e que assumem o protagonismo em fazer a nossa história seguir numa outra direção. É o caso da Dra. Nise da Silveira (Gloria Pires):
"Não se curem alem da conta. Gente curada demais é gente chata."
Nenhum comentário:
Postar um comentário