Luis Buñuel tem uma filmografia que nos faz pensar até hoje. Mas, nada como lembrar da poderosa metáfora que encerra o filme "O Anjo Exterminador" (1962).
Um grupo de grã-finos se encontram num jantar. Ao passar do tempo acontecem estranhos gestos, estranhas atitudes que mais revelam da falsa aparências, neste jantar, as máscaras pessoais derretem. Ninguém consegue comer, as pessoas começam a se agredirem e desconfiarem uma das outras. É a desmistificação daquelas pessoas.
O iconoclasta Buñuel, sempre surrealista nos leva a pensar o que somos, ovelhas ou cordeiros?
Mas, por outro lado, esse filme surgiu num sonho que tive esta noite, ao final se ouvia o Hino Nacional, a polícia dando porrada nas pessoas, enquanto elas berravam feitos cordeiros, adornados com panelas na cabeça. Dentro da sala de jantar, as máscaras continuavam a derreter. Aqueles que antes se vestiam de verde-amarelo e defendiam os bons costumes contra a corrupção, se revelavam ladrões, roubando de um tudo & todos. Um deles chorava enquanto a sua imensa barriga explodia inundando a sala com cédulas de dinheiro (reais, dólares e euros). O vasto país de dimensões continentais não bastava, todos se encontravam prisioneiros, não conseguiam sair. Havia um impasse quem era o mais corrupto, o mais ladrão, o mais pusilânime, o mais mentiroso, o mais cínico...
Acordei, mas o pesadelo continua.
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