PAIXÃO DE MEMÓRIA
Organizado pelo Instituto Vladimir Herzog, entre os dias 05 a 18 de outubro, os paulistanos tiveram a oportunidade de assistir uma retrospectiva composta de 11 filmes do diretor Patricio Guzmán, participar de workshop e conversas com o público. Num destes debates aqui em São Paulo com o cineasta chileno, alguém da platéia lhe perguntou a sua opinião sobre o Brasil e o futuro. Guzmán, respondeu que não gosta de conjecturar sobre o futuro, a matéria do seu trabalho é o passado - sem nostalgia, referência concreta para se pensar o presente.
Neste caso, o Brasil ainda não conseguiu acertar contas com o seu passado, sobretudo o recente. Foi condescendente com aqueles que usurparam os direitos civis dos brasileiros durante a ditadura - censurando, prendendo, torturando e matando. Ninguém foi condenando. Eles ficaram soltos praticando suas ações e dando um exemplo de impunidade. A sociedade como um todo é cúmplice, parece gostar desta impunidade, desde os mais ricos aos mais carentes, estes, contraditoriamente suas principais vítimas. Mas, o perigo desta situação é que pela importância geopolítica, o Brasil sempre será uma referência para o continente latino-americano, sobretudo sul americano.
Filmes da retrospectiva:
A Batalha do Chile (1975) - parte I, II e III;
Em Nome de Deus (1987);
A Cruz do Sul (1992);
Chile, a Memória Obstinada (1997);
O Caso Pinochet (2001);
Salvador Allende (2004);
Meu Júlio Verne (2005);
Nostalgia da Luz (2010);
O Botão de Pérola (2015).
Filmar Obstinadamente, um Encontro com Patricio Guzmán (2014) - dir. Boris Nicot;
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