"COLO" (Portugal) de Teresa Villaverde & "VAZANTE" (Brasil) de Daniela Thomas são filmes que causam um estranhamento pela narrativa que cada um deles opta.
Esbarram em conteúdos que integram o nosso cotidiano rompendo idiossincrasias. Nós, sobretudo ao filme brasileiro, somos levados a se confrontar com a narrativa de Daniela Thomas que se pretende tocar num assunto "tabu" no recinto da família brasileira, "aquele"/"este" com outro nome: "miscigenação", "democracia racial". Ela situa a sua história no Brasil arcaico colonial, talvez para mostrar a gênese do mal que se quer silenciar ainda hoje - o hediondo crime da escravidão com a mão-de-obra africana.
O filme português "Colo", faz uma desconstrução narrativa de uma família de classe média que se desmorona num momento grave da história recente daquele país, submetido às medidas neoliberais que levou grande parte da população ativa ao desemprego e os jovens desesperançados migrarem para outros país.
O filme de Daniela Thomas acontece quando a extração de diamantes se exaure levando a decadência famílias que viviam daquele ciclo econômico. Faço essa comparação não pelas qualidades de cada um deles, mas, por aquilo que se quis dizer e ficou ao meio do caminho, sobretudo no que se refere ao filme "Vazante".
Os dois tratam da afetividade e do não compartilhamento dos segredos confabulados: Quero/Queremos colo.
O incômodo no filme de Daniela Thomas é uma ingenuidade retratada numa narrativa poética, rascunhada no silêncio...na culpa que parece escamotear a ruptura adjacente...a repulsa...a desilusão...o não dito...o não mostrado.
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