sábado, 21 de julho de 2018

HÉLIO EICHBAUER - UM ARTISTA COMPLETO


Helio Eichbauer, um artista completo, radical, criativo, transgressor, provocativo, generoso-sábio-generoso...Quantas coisas aprendi contigo, meu amigo...mestre...Hélio, agora...poeira cósmica. 😎😉😯



Ter tido o privilégio de ter compartilhado um tempo da companhia do Hélio foi revelador. Durante o processo de montagem do espetáculo teatral "Titus Andronicus" - William Shakespeare com direção de Luiz Antonio Martinez Correa. O Helio assinava a autoria dos figurinos e da cenografia. Nos ensaios ele sempre vinha com muitas ideias, croquis, maquetes e outras sugestões metafóricas sobre este texto dramatúrgico. Isso estimulava o elenco a se empenhar ainda mais pelo espetáculo. Ao final, o resultado dos cenários e do figurino era minimalista, mas trazia uma força dramática que impactou à todos nós e aos espectadores. 



Depois, tive outra oportunidade de estar próximo do Helio foi quando ele integrou a equipe de professores da Escola Parque-1977/1978, sob a direção de Rubens Gerschman. Nesta época o Hélio fez uma viagem de férias (?) para o México e na volta, ele convidou um grupo de pessoas do seu circulo de amizade para contar sobre a viagem. Da minha parte e creio da maioria das pessoas que compareceram, a expectativa que ele fosse exibir uma sequencia de slides sobre a aventura. De repente ele descobriu uma série de caixinhas que estavam cobertas por uma vistosa e bela echarpe mexicana. De dentro de cada uma delas ele ia retirando um objeto - podia ser um inseto, pedra, pó, madeira, folhas, etc e sobre cada desses objetos ele contava uma história que os inseria dentro do contexto da sua narrativa das descobertas e curiosidades: Filosofia, antropologia, botânica, religião, gastronomia, historia, arte, etc... Assim tive a oportunidade ouvir a primeira narrativa sobre a Casa Azul de Frida Kahlo ou sobre os caracóis, gafanhotos e larvas que fazem parte da gastronomia mexicana.



*Hélio Eichbauer(1941-2018). Cenógrafo...Autor do antológico cenário do "Rei da Vela" de Oswald de Andrade sob a direção de José Celso Martinez Correa (1967 e 2017), espetáculo que influenciou o "Tropicalismo".



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Nasceu em Manaus-AM. Cursou o Instituto de Artes e Arquitetura-UnB(73). Artes Cênicas - Parque Lage,RJ(77/78). Trabalha há mais de vinte anos em projetos autorais,dirigindo filmes documentários:"SEGREDOS DO PUTUMAYO" 2020 (em processo); "Tudo Por Amor Ao Cinema" (2014),"O Cineasta da Selva"(97),"Via Látex, brasiliensis"(2013), "Encontro dos Sabores-no Rio Negro"(08),"Higienópolis"(06),"Que Viva Glauber!"(91),"Guaraná, Olho de Gente"(82),"A Arvore da Fortuna"(92),"A Agonia do Mogno" (92), "Lina Bo Bardi"(93),"Davi contra Golias"(94), "O Brasil Grande e os Índios Gigantes"(95),"O Sangue da Terra"(83),"Arquitetura do Lugar"(2000),"Teatro Amazonas"(02),"Gráfica Utópica"(03), "O Sangue da Terra" (1983/84), "Guaraná, Olho de Gente" (1981-1982), "Via Láctea, Dialética - do Terceiro Mundo Para o Terceiro Milênio" (1981) entre outros. Saiba mais: "O Cinema da Retomada", Lucia Nagib-Editora 34, 2002. "Memórias Inapagáveis - Um olhar histórico no Acervo Videobrasil/ Unerasable Memories - A historic Look at the Videobrasil Collection"- Org.: Agustín Pérez Rubío. Ed. Sesc São Paulo: Videobrasil, SP, 2014, pág.: 140-151 by Cristiana Tejo.