Completa 200 anos o romance "Frankenstein" de Mary Shelley e que tinha 21 anos quando escreveu.
É um personagem emblemático, inclusive tem interpretação que veem nele manifestação inequívoca do feminismo:
"A obra-prima de Mary condena o egoísmo e a ambição da esfera masculina de ação. Mary Shelley de certa forma antecipa uma crítica que só viria a ser explicitada mais de um século e meio depois da publicação de Frankenstein por teóricos feministas". - As Mulheres no Romance Frankenstein, Rosane Paschoal da Silva - www.webartigos.com/arti…/as-mulheres-no-romance-frankesntein
O que mais me chama a atenção é a atualidade do romance, ele permanece como uma desesperança do homem no próprio homem que busca encontrar alguma afetividade na invenção/criação de outro homem para se libertar. No entanto, essa criação cientifica/tecnológica sai do controle, a criação toma a sua própria liberdade. Somos prisioneiros de nós mesmos?
O nosso futuro ao contrário do que desejaram prever os utopistas de um "mundo novo" acabou mais parecido com a distopia de "1984" de George Orwell, do "Admirável Mundo Novo" de Aldous Huxley, "Laranja Mecânica" de Anthony Burguess, "Fahrenheit 451" de Ray Bradbury,"Caçador de Androides" de Philip K. Dick. Todos eles viram no distópico um hipotético futuro onde os indivíduos são transformados em cyborg (replicantes) que não procria e nem tem sexualidade e vivem numa sociedade sombria, paranóica, totalitária e repressiva.
(...)"O mito do Frankenstein confronta o Homo sapiens como o fato de que os últimos dias estão se aproximando depressa". (...)"Há 70 mil anos, o HOMO SAPIENS AINDA ERA UM ANIMAL INSIGNIFICANTE cuidando da sua própria vida em algum canto da África. Nos milênios seguintes, ele se transformou no senhor de todo o planeta e no terror do ecossistema, Hoje, está prestes a se tornar um deus, proto para adquirir não só a juventude eterna como também as capacidades divinas de criação e destruição." (Sapiens - Uma breve historia da humanidade, Yuval Noah Harari).
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