segunda-feira, 22 de junho de 2020

COMO ERA GOSTOSO O MEU FRANCÊS - O FILME


Hoje é o último dia para atender ao desafio dos 10 filmes que fizeram a cabeça. 

O filme que posto é uma resposta aos olhos reprimidos desses dias carregados do conservadorismo hipócrita. 


COMO ERA GOSTOSO O MEU FRANCÊS (1971), dir. Nelson Pereira dos Santos.

Esse filme é de uma extraordinária beleza. Ele nos leva aos dias primeiros das nossas origens de Brasil, mas o grande feito é a realização dessa obra-prima cinematográfica. 

Ele de certa maneira se encaixa nas metáforas daqueles anos 60 sob a atmosfera hedonista do tribalismo hippie, ao mesmo tempo que desafia os tempos mais sombrios de repressão e censura da ditadura (1970, AI-5). 


O diretor alimentou durante anos a realização desse filme, dessa historia, finalmente conseguiu com seus amigos que formavam uma "tribo" em Paraty. A liberdade com o corpo nu é mostrada na interpretação do elenco, sobretudo na relação mágica entre a atriz Ana Maria Magalhães (índia-Seboipeg) e Arduino Colasanti o branco (francês Jean). 

O filme se alinha, também, no imaginário daqueles anos: Festival Woodstock, Musical Hair e de tantos outras manifestações como o movimento "Tropicalista", influenciado pelas idéias do "Manifesto Antropofágico" de Oswald de Andrade. 


Para os índios Tupinambás, "quanto mais poderoso era o inimigo, mas gostoso ele era". Uma resposta aos inimigo de sempre, mas sobretudo uma resposta direta aqueles anos que reprimia, censurava, prendia, torturava e matava aos gritos de um general: "O índio não pode impedir a passagem do progresso"

Felizmente esse filme veio para celebrar a beleza da liberdade. Era preciso exerce-la. Está desde a nossa origem. - Viva a Vida! Viva a Arte! Viva o Cinema Brasileiro! 

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"Livre-pensar é só pensar" Millor Fernandes

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Nasceu em Manaus-AM. Cursou o Instituto de Artes e Arquitetura-UnB(73). Artes Cênicas - Parque Lage,RJ(77/78). Trabalha há mais de vinte anos em projetos autorais,dirigindo filmes documentários:"SEGREDOS DO PUTUMAYO" 2020 (em processo); "Tudo Por Amor Ao Cinema" (2014),"O Cineasta da Selva"(97),"Via Látex, brasiliensis"(2013), "Encontro dos Sabores-no Rio Negro"(08),"Higienópolis"(06),"Que Viva Glauber!"(91),"Guaraná, Olho de Gente"(82),"A Arvore da Fortuna"(92),"A Agonia do Mogno" (92), "Lina Bo Bardi"(93),"Davi contra Golias"(94), "O Brasil Grande e os Índios Gigantes"(95),"O Sangue da Terra"(83),"Arquitetura do Lugar"(2000),"Teatro Amazonas"(02),"Gráfica Utópica"(03), "O Sangue da Terra" (1983/84), "Guaraná, Olho de Gente" (1981-1982), "Via Láctea, Dialética - do Terceiro Mundo Para o Terceiro Milênio" (1981) entre outros. Saiba mais: "O Cinema da Retomada", Lucia Nagib-Editora 34, 2002. "Memórias Inapagáveis - Um olhar histórico no Acervo Videobrasil/ Unerasable Memories - A historic Look at the Videobrasil Collection"- Org.: Agustín Pérez Rubío. Ed. Sesc São Paulo: Videobrasil, SP, 2014, pág.: 140-151 by Cristiana Tejo.